domingo, 17 de agosto de 2014

Maquilhagem Cruelty Free







O tema de hoje é, do meu ponto de vista, dos mais importantes temas a ser discutido mundialmente na atualidade.  Como maquilhadora e consumidora, sempre me preocupei com a forma como os produtos chegam até nós e o que está por trás de todo o processo de elaboração desses produtos.

Algumas das coisas que vou falar aqui podem ser já banais para algumas pessoas, e uma completa novidade para outras, por isso vou começar do início.

Quando um produto (seja de cosmética, beleza, maquilhagem, ou produto de limpeza ou lavagem de roupa/louça) é criado para ser comercializado, a empresa produtora tem que garantir que o mesmo se encontra em condições de não provocar danos à população que o vai consumir. A prática mais comum de testar esses produtos é testá-los em animais. E isto pode não provocar qualquer reação em mais de metade dos leitores deste post, mas a mim e a uma pequena percentagem de pessoas, isto dá-me a volta aos nervos. Por vários motivos, e o primeiro é que os animais não têm culpa de eu querer usar produtos de cosmética, logo não têm de pagar no corpo em prol da minha vaidade. E segundo, estes testes são de tal forma agressivos e maltratam os animais de tal forma (muitos morrem), que me leva a concluir que se perguntassemos aos animais se queriam voluntariar-se para tais testes, e eles pudessem responder-nos, a resposta seria Não.
Hoje em dia existem já testes alternativos aos testes em animais, para a indústria da cosmética. Não tenho conhecimento de todos os processos, mas li que pelo menos dois deles consistem respetivamente em testar o produto num tecido criado a partir de células da pele humana, reproduzidas em laboratório, ou usando seres humanos que se voluntariam como cobaias.
Logo, não vejo a necessidade de em certos locais no mundo se continuarem a praticar testes em animais, visto que já está provado cientificamente que os testes em humanos são mais fidedignos.
E não, a resposta não é os custos, pois já existem marcas de cosméticos cruelty free que criam produtos ao mesmo preço que marcas que testam em animais, com excelente qualidade ou ás vezes melhor que os produtos testados em animais.

Qual é então o panorama atual? O que acontece é que surgiu uma lei em Março de 2013, criada pela União Europeia, que proíbe os testes em animais, assim como a comercialização, importação e exportação de produtos testados. Deste modo, para todos os efeitos, podemos comprar à vontade cosméticos na União Europeia, pois é proibido que os mesmos tenham sido testados em animais. E empresas que testem em animais fora da UE e que queiram vender na UE não podem testar em animais os produtos que queiram lá vender.

Mas será a União Europeia totalmente Cruelty Free? Do meu ponto de vista, não estou totalmente convencida. A notícia da lei criada foi-nos "despejada" para que a aceitassemos e achassemos que a partir daquele momento tudo ficaria bem, no entanto nunca ninguém explicou como essa fiscalização é feita. Quais as entidades que vão certificar-se? Que entram nas fábricas de produtos de cosmética e vão averiguar se há testes em animais a decorrer? De quanto em quanto tempo fiscalizam? Da forma como apareceu a notícia, parece ter tido o objetivo de fazer-nos acreditar num "sonho bom", para o qual nunca nos foi explicado como se processa.

Portanto, aquilo que faço é continuar a fazer o que fazia antes da lei. E o que fazia é consultar a lista oficial de empresas que não testam em animais, que podem encontrar no site da PETA , que é a entidade não governamental que mantem listas atualizadas de empresas que testam e não testam em animais. É a própria PETA que fiscaliza as empresas, e cria as listas, e para mim é mais fidedigna precisamente por ser não governamental, não tendo portanto pressões governamentais para atuar numa direção ou noutra, ou privilegiar esta ou aquela empresa, sendo portanto mais imparcial.
Se me acredito na lei que foi criada? Até certo ponto, sim, e ela deixa-me mais segura e descansada. Se pensarmos bem, as empresas abrangidas pela lei não podem testar em animas descaradamente, pois quem quer que seja que lá vai fiscalizar e descubra pode denunciá-las e o prejuízo seria enorme para a empresa. Mas continuo a dar preferência e a orientar-me por uma lista de empresas que sei que não testam, nem na UE, nem em nenhuma parte do mundo.

Qualquer esclarecimento adicional que queiram ter, deixem por favor nos comentários. Espero que esta informação vos tenha sido útil.

Beijinhos*

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